A movimentação total de cargas nos portos brasileiros, no período de janeiro a setembro de 2020, foi de 849,5 milhões de toneladas, equivalendo a um resultado 3,74% superior quando comparado ao mesmo período de 2019. Apesar do cenário adverso, impactado pela pandemia do COVID-19, as exportações através dos portos brasileiros demonstraram desempenho resiliente.
No primeiro trimestre de 2020, as exportações diminuíram devido aos impactos iniciais da crise sanitária, e a movimentação dessas cargas foi 6,4% menor em relação ao mesmo período de 2019. No entanto, já no segundo semestre de 2020, as exportações voltaram a crescer e cresceram 14,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já No terceiro trimestre de 2020, a movimentação de cargas de exportação continuou a trajetória de alta, e registrou um crescimento de 3,60% em relação ao que o mesmo período de 2019. No acumulado do ano, portanto, o saldo das exportações pelos portos brasileiros foi 4,0% superior ao observado no ano anterior, porcentagem relevante em um mercado global em contração.
Entre as cargas de exportação, cuja movimentação nos portos brasileiros cresceu durante o ano, destaca-se o açúcar, cujos embarques cresceram 64,18%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, com 18,7 milhões de toneladas. Os portos que mais movimentaram o açúcar destinado à exportação foram os de Santos, e o de Paranaguá. Cabe destacar ainda que as exportações do produto foram embarcadas majoritariamente nos terminais portuários situados nos portos organizados, totalizando 72,1% do total. Outro destaque foi a exportação de combustíveis minerais, que cresceu 50,5% no acumulado do ano até setembro, quando comparada ao mesmo período do ano de 2019. Os terminais portuários que mais movimentaram os combustíveis destinados à exportação foram o terminal de Angra dos Reis/RJ, o terminal privado de Açu/RJ e o de São Sebastião/SP.
As exportações de soja através dos portos brasileiros também foi destaque e, entre janeiro e setembro de 2020, totalizaram 79 milhões/t de movimentações, um aumento de 27,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesse período de sete meses, as exportações de soja concentraram-se em portos das regiões sudeste, como Santos e Paranaguá. Entretanto, portos das regiões norte e nordeste, como Itaqui/MA, Santarém/PA, Cotegipe/BA e Itacoatiara/AM, já são responsáveis por embarcar 23,1% das exportações do produto. Cabe destacar que os terminais portuários situados nos portos organizados movimentam a maior parcela das exportações de soja, com uma porcentagem de 66,4% do total.
A movimentação de cargas transportadas pela navegação de cabotagem nos portos brasileiros foi outro destaque positivo, e totalizou 194 milhões de toneladas no período de janeiro a setembro de 2020, um crescimento de 10,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os produtos mais movimentados na navegação de cabotagem foram o arroz e as resinas plásticas. Os portos de Santos e os de Manaus são os que mais movimentaram cargas de cabotagem acondicionadas em contêineres.
O transporte de combustíveis líquidos e gás entre os terminais portuários do país cresceu 14,41% no ano, devido ao menor custo par distribuição desses produtos pelo modal aquaviário. A movimentação de mercadorias de cabotagem acondicionada em contêineres permaneceu estável no ano, apesar dos impactos da pandemia.
Por outro lado, no acumulado de janeiro a setembro de 2020, a movimentação de cargas de importação diminui 8,2% nos terminais portuários, quando comparada ao mesmo período do ano anterior. A mercadoria cuja importação mais diminuiu no ano foram os combustíveis minerais, cuja movimentação nos portos brasileiros encolheu 20,2%, quando comparada ao mesmo período de 2019.
A movimentação de cargas importadas em contêineres reduziu 7,2% no acumulado do ano, se comparada com o mesmo período do ano anterior. No Porto de Santos, a quantidade de unidades cheias de importação diminuiu 20,4%. O câmbio desfavorável, e a retração da atividade econômica figuram entre as principais causas para a redução da importação de cargas em contêineres. Os produtos mais afetados foram os materiais plásticos, cuja importação em contêineres diminuiu 11,6%, e máquinas e equipamentos, que reduziu 5,9%.
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